sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Poesia


Alto Paraíso

Alto Paraíso é inspiração para um novo mundo que sonhamos,
Onde o homem é parte naturalmente dos seres que convivem em paz
Com o belo que nos surpreende a cada momento nas entranhas das montanhas
E o ar puro que nos retiraram nas cidades
As suas águas límpidas nos alimentam de vida
A energia dos cristais que fundam o solo da chapada nos fortalece
Sob a revoada livre dos tucanos e das araras!

Autor: Lourenço Andrade

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

IV Festival de Música Instrumental e Arte Popular

(Cachoeira Rio da Prata em Cavalcante GO - Foto Richard Avolio)

A cidade de Cavalcante será cenário do IV Festival de Música Instrumental e Arte Popular de Cavalcante, nos dias 22, 23 e 24 de agosto. Shows, espetáculos teatrais, filmes, exposições e palestras compõem a programação do evento.

Diversas manifestações da música, literatura, fotografia, dança, cinema e teatro unidas num mesmo ideal: resgatar os valores da cultura natural do Cerrado e dos povos nativos de Cavalcante. Nos dias 22, 23 e 24 de agosto, a cidade localizada em Goiás, a 320 quilômetros de Brasília, será sede do IV Festival de Música Instrumental e Arte Popular de Cavalcante. Um intenso intercâmbio cultural entre Brasília e Cavalcante é característica marcante do evento.

Nos três dias, o Festival apresenta diversos shows com renomados artistas locais e nacionais. Entre eles estão Pequena Orquestra de Cavalcante, Alma Brasileira, Duo 13 Cordas, Amoy Ribas e grupo, Coral de Trombones de Brasília, Quarteto Capital, Dança da Sussa, Manoel de Carvalho e Orquestra Brapo e Cacai Nunes.

A proposta do IV Festival de Cavalcante é unir arte, cultura popular e meio ambiente como semente única de produção de idéias. Exemplo vivo disto é o Festival de Cinema Etnográfico, encarregado pela abertura do evento, no dia 22 de agosto, com exibição do documentário "O Rio São Francisco", de Valter Carvalho, que narra a vida e o cotidiano da população ribeirinha ao São Francisco.

Ainda no dia 22, haverá exibição do Festivalzinho de Desenhos Animados para as crianças da rede pública da cidade, além do filme "Sagarana - O Duelo", de Paulo Thiago, filme que retrata um dos episódios do clássico de Guimarães Rosa, sobre a vida rural brasileira seus conflitos e sua riqueza. O espetáculo "O Salvamento da Sucupira", do Grupo Teatral Natureza Viva, formado exclusivamente por habitantes de Cavalcante fecha a programação cultural do primeiro dia, com tema Meio Ambiente.

A palestra "O pato mergulhão e a sua importância para a conservação da biodiversidade na região da Chapada dos Veadeiros" - Fernando Lima – abre a programação do dia 23. Apresentações musicais com os grupos Invenção Brasileira, Pequena Orquestra de Cavalcante, formada apenas por crianças de Cavalcante em situação de risco social, Alma Brasileira, Duo 13, Dança da Sussa, Amoy Ribas e Manoel de Carvalho e Orquestra Brapo, marcam o cronograma de sábado.

No dia 24 de agosto, domingo, às 15h, acontece na OSOCA, a palestra "Caminhos do Anhanguera" com o Professor e pesquisador Gustavo Chauvet, que versa sobre os primórdios de Cavalcante e a ocupação da Chapada. Sobem ao palco e fecham o Festival com chave de ouro: Teatro de Bonecos de Chico Simões, Quarteto Capital, Dança da Sussa, Coral de Trombones e Cacai Nunes.

Nos dias 23 e 24, haverá ainda apresentação de 20 componentes do Vão de Almas que virão do Funil do Paraná para exibir a Dança da Sussa, Dança da Corda e Dança da Batucada.

A Cidade de Cavalcante integra a Chapada dos Veadeiros, possui 264 anos e, desde a sua fundação, contém em seu município, a maior parte do Parque Nacional. Fica a 320 km de Brasília e é uma ótima alternativa de turismo ecológico e cultural para os brasilienses.

A Rádio Nacional participa ativamente do IV Festival de Música Instrumental e Arte Popular de Cavalcante, realizando links ao vivo, durante a programação. O patrocínio do Festival é da Petrobrás e o apoio cultural, do jornal Correio Braziliense, RPS, Asol, Acece, Mais TV, Zion, Funatura, Movimento Calango do DF e Centro de Excelencia de Turismo da UNB e Prefeitura Municipal de Cavalcante. A realização é da Ponte Studio Gravações.

Maiores Informações: www.festivaldecavalcantego.blogspot.com

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Expedição de Canionismo

ROMARIA DO MUQUÉM

(Foto: Euclides Oliveira - Jornal Diário do Norte)
A mais antiga das romarias
Todos os anos uma multidão invade o povoado de Muquém, a 20 quilômetros de Niquelândia, e muda a rotina da pacata região durante dez dias de agosto. A romaria ocorre entre os dias 5 e 15 e é considerada, junto com a Festa do Divino, em Trindade, uma das maiores do Brasil. A festa religiosa do Nordeste goiano carrega o título de a romaria mais antiga de Goiás. Foi realizada pela primeira vez em 1748.

Estima-se que a romaria atrai todos os anos, mais de 160 mil pessoas a Muquém. A festa religiosa homenageia Nossa Senhora da Abadia. A romaria possui 45 quilômetros de extensão. O percurso tem início na Igreja Matriz da Paróquia São José, passa pela Paróquia Nossa Senhora da Abadia, e tem como destino o Santuário de Muquém.

A procissão ocorre durante toda a noite. O trajeto inclui a passagem pelas 15 estações da Via Sacra às margens da rodovia. A procissão termina com a chegada dos romeiros ao Santuário, o que dá início à romaria, que prossegue durante os dez dias seguintes.
Santuário do Muquém


É costume na romaria do Muquém o acampamento na área próxima ao Santuário construído recentemente para a recepção dos fiéis. O Santuário do Muquém foi inaugurado em 2004 e tem capacidade para 27 mil pessoas. Durante a romaria, o local sedia inúmeras missas, casamentos e batizados. O Santuário é cercado de morros, córregos e matas. Durante os dez dias de festa, milhares de pessoas pagam suas promessas no povoado, fazem suas preces e se ajoelham em forma de agradecimento aos pedidos atendidos. Uma grande fila ininterrupta é formada em direção ao altar do Santuário para que os fiéis possam tocar a faixa branca e vermelha que vai até os pés da imagem da santa.


Pioneirismo literário
Além de ser a romaria mais antiga do Estado, a festa de Muquém também está presente no primeiro romance regionalista brasileiro. A obra de Bernardo Guimarães, que narra a história da romaria, inaugurou o estilo literário que traz o nacionalismo expresso na simplicidade e exuberância nativa dos povos do interior do Brasil. Batizado pelo próprio autor como um romance realista e de costumes, "O Ermitão de Muquém" opõe-se à descrição de florestas e praias, à descrição dos campos sertanejos e do homem do campo. O livro conta a história de um devoto de Nossa Senhora da Abadia, que mata acidentalmente um amigo e recebe ajuda da Virgem, que intercede para que ele não seja condenado. Assim, o rapaz se torna um ermitão encarregado por levar o nome da santa a todas as pessoas. A narração traz como característica marcante a oralidade e a simplicidade do Brasil rural.


Origens da romaria
Há duas explicações para o início da tradição religiosa na região de Niquelândia. Os relatos populares explicam que tudo começou quando um garimpeiro português importou de Braga uma imagem de Nossa Senhora da Abadia. A imagem teria começado a atrair fiéis até a região. A outra explicação está contida no livro "O Ermitão de Muquém", de Bernardo Guimarães, escrito em 1858 e publicado em 1869. Trazendo como subtítulo "História da Fundação da Romaria do Muquém da Província de Goiás", a obra relata a história de um rapaz que recebe um milagre da santa e começa a propagar sua divindade.


(Fonte: Tribuna do Planalto)